segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Para não passar em branco

Sexta-feira (17.08) fez 20 anos que Drummond se foi. Uma data muito significa, mas, infelizmente, pouco lembrada.
Nunca esqueço meu primeiro contato com a sua obra. Mexendo (sem permissão) na agenda da minha irmã mais velha, em 1993, deparei com a montagem de um trecho do Poema de sete faces. Fiquei encantada com a frase “seria uma rima, não seria uma solução”. Mas o meu interesse por ele só aumentou quando fiquei apaixonada pela primeira vez e precisava ler sobre amor. E quem melhor que Drummond para falar de amor? (“Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários...” – As sem-razões do amor). Hoje, o amor que extraio dele é outro. (“Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão...” – Amar).
Na verdade, nem procuro mais seus poemas românticos, mas os sociais, eróticos, solitários... E é essa multiplicidade que mais me agrada em Drummond. Ele é mil poetas em um. E sua vida sempre estava em seus versos (“Sou apenas um homem. Um homem pequenino à beira de um rio. Vejo as águas que passam e não as compreendo...Sou apenas o sorriso na face de um homem calado” - América).
Na sua última entrevista (dias depois da morte de sua filha Maria Julieta), ele insistia que seria esquecido em pouco tempo. Ledo engano. Transformou-se no maior poeta brasileiro. E, para mim, ainda vive. Em seus versos.

Um comentário:

Juliewq disse...

Querida Si...você tem uma escritora dentro de você que eu não conhecia e que descubro agora....eu tb amo drummond....estudei em um colégio com seu nome e lá vi muitas de sua spoesias..de seus versos....foi uma boa fase....para mim também é um dos melhores do brasil...junto do vinicius de moraes que eu também amo e com quem sempre me surpreendo... beijos...te adoro...otimo texto menina!!!