A carta de demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina da Silva, caiu como uma bomba para mim. Não pela sua atitude digna e corajosa, mas por ser, dentre todos esse ministros puxas sacos, a única que se mantinha fiel aos seus ideais. Ela era uma esperança. Lembro que, já enfraquecida pela colisão com outros ministérios, Marina chegou a dizer que não mudaria sua administração para ficar no governo: “Perco o pescoço, mas não perco o juízo”.
Desde que me conheço por gente, quando alguém pergunta quem eu gostaria de ser se não fosse eu, respondo: “Marina da Silva”. Sua história de vida é belíssima. Órfão aos 16 anos, Marina trabalhou como doméstica para estudar, fez dois supletivos, formou-se em História pela UFAC e fundou a CUT no Acre ao lado de Chico Mendes, assassinado em 1988. Ela é um exemplo da luta pela causa ambiental, de perseverança e resistência, que passou por cima de todas as adversidades para chegar aonde chegou. Tudo isso sem perder a doçura.
Farta de ser humilhada, ela saiu para não ter o mesmo destino do ex-Ministro da Educação, Cristóvão Buarque (demitido por telefone depois de incentivar jovens de uma universidade pública a exigirem melhor qualidade de ensino). Se bem que Lula não teria coragem de demiti-la. Sua saída poderia ter uma repercussão internacional negativa, como ocorre agora.
Um projeto que começou em janeiro de 2003 - com a tentativa de fazer da conservação ambiental o centro de uma agenda de desenvolvimento, cuja implementação é hoje o maior desafio global – fica enfraquecido.
Marina amargou muitas derrotas (crescimento do desmatamento na Amazônia, inúmeras concessões, como o licenciamento ambiental para a transposição do Rio São Francisco, construção de Angra 3...) e um governo que parece privilegiar um crescimento econômico insustentável não a merece.
Desde que me conheço por gente, quando alguém pergunta quem eu gostaria de ser se não fosse eu, respondo: “Marina da Silva”. Sua história de vida é belíssima. Órfão aos 16 anos, Marina trabalhou como doméstica para estudar, fez dois supletivos, formou-se em História pela UFAC e fundou a CUT no Acre ao lado de Chico Mendes, assassinado em 1988. Ela é um exemplo da luta pela causa ambiental, de perseverança e resistência, que passou por cima de todas as adversidades para chegar aonde chegou. Tudo isso sem perder a doçura.
Farta de ser humilhada, ela saiu para não ter o mesmo destino do ex-Ministro da Educação, Cristóvão Buarque (demitido por telefone depois de incentivar jovens de uma universidade pública a exigirem melhor qualidade de ensino). Se bem que Lula não teria coragem de demiti-la. Sua saída poderia ter uma repercussão internacional negativa, como ocorre agora.
Um projeto que começou em janeiro de 2003 - com a tentativa de fazer da conservação ambiental o centro de uma agenda de desenvolvimento, cuja implementação é hoje o maior desafio global – fica enfraquecido.
Marina amargou muitas derrotas (crescimento do desmatamento na Amazônia, inúmeras concessões, como o licenciamento ambiental para a transposição do Rio São Francisco, construção de Angra 3...) e um governo que parece privilegiar um crescimento econômico insustentável não a merece.