Há 15, tinha um sonho: casar, ter filhos, cachorro, morar numa casinha com jardim e quintal – a típica família perfeita de capa de revista. Três anos após, queria ser “alguma coisa” numa cidade grande. Ansiava ser algo longe daquele mundinho, mas não sabia o quê. No mundo novo, resolvi ser jornalista. Novos vôos. Cidade nova. Na faculdade, fui paty, CDF, revolucionária... e nada. Não me sentia parte daquele lugar. Queria voltar... Voltei! Feliz da vida, encontrei alguém que parecia ser meu príncipe encantado. Por quase três anos, meu sonho voltou a ser o mesmo dos 10 anos de idade, com a diferença de ser apartamento (por causa da segurança), sem cachorro (ele fede), os filhos ganharam nomes e, além dos meus, havia a possibilidade de adotar outros. Graças a Deus, ao tempo, meus amigos, livros, Los Hermanos e inúmeros pensamentos, acordei. Alforriada, hora de planejar. Juntar dinheiro para fazer mestrado em Portugal ou no Rio, sem depender de pai, mãe, irmã... em 3 anos, quando conseguir estabilidade no trabalho. Porém, no fundo, desejava também o casamento e até suas complicações. Pronto! Cheguei no hoje. E agora?
Nesse exato momento, não sei mais o que quero. Semana passada, pela primeira na vida, vi um casal com uma criança no shopping e questionei-me se era isso que almejava para minha vida. Quero ou esse sonho de criança foi imposto? Estou preparada para dividir o que é meu com alguém PARA SEMPRE? Será que ele existe? Será eterno ou eterno enquanto dure?
Esses pensamentos assustaram-me. Afinal, levei 25 desejando algo e, de repente, ele se vai. Mas, apesar do choque, estou bem. No meu canto. Não sei até quando. Mas estou...
“Se desmorono ou se edifico,
Nesse exato momento, não sei mais o que quero. Semana passada, pela primeira na vida, vi um casal com uma criança no shopping e questionei-me se era isso que almejava para minha vida. Quero ou esse sonho de criança foi imposto? Estou preparada para dividir o que é meu com alguém PARA SEMPRE? Será que ele existe? Será eterno ou eterno enquanto dure?
Esses pensamentos assustaram-me. Afinal, levei 25 desejando algo e, de repente, ele se vai. Mas, apesar do choque, estou bem. No meu canto. Não sei até quando. Mas estou...
“Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo”.
Cecília Meireles
Cecília Meireles